Em trânsito para a Madeira
Só se pode chegar por água ou ar à Madeira, não há uma terceira opção para contornar a insularidade. Ao analisar as diferenças entre 2009 e 2008 vários contrastes saltam à vista. Em primeiro lugar, os aerportos da Madeira, geridos pela ANAM, tiveram a maior queda de tráfego, durante o mês de Setembro, de todo… Continue reading Em trânsito para a Madeira
João Luz
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Só se pode chegar por água ou ar à Madeira, não há uma terceira opção para contornar a insularidade. Ao analisar as diferenças entre 2009 e 2008 vários contrastes saltam à vista. Em primeiro lugar, os aerportos da Madeira, geridos pela ANAM, tiveram a maior queda de tráfego, durante o mês de Setembro, de todo o parque aeroportuário. O Aeroporto do Funchal caiu 8,9%, e o de Porto Santo teve menos 9,6% do volume de tráfego. Uma descida acentuada, principalmente tendo em conta que os restantes aeroportos nacionais caíram “apenas” 3,9%. Este resultado da aviação afundou ainda mais o tráfego aéreo para a Região Autónoma da Madeira, que de Janeiro a Setembro processou menos 4,9% dos passageiros registados em igual período do ano passado, totalizando quase 1,83 milhões de pessoas. Neste aspecto é de salientar que a ANAM foi salva pelos portugueses. Bem, pelo menos compensou um pouco a queda a pique de mais de ¼ dos passageiros de voos internacionais em Setembro, sendo que a marca acumulada se situou nos – 18,2%. Se olharmos para o acumulado desde Janeiro, o número de passageiros que viajou em voos domésticos para a Madeira subiu 12,7%, o que representou um aumento de mais 104 mil pessoas. Nesta categoria é de salientar o sucesso vertiginoso do tráfego não regular, com o número de passageiros de voos charters a subir 225,1%, enquanto que os voos da mesma natureza, provenientes do mercado doméstico, aumentou 45,3%. Um fenómeno que não é de estranhar, tendo em conta o primeiro aniversário da rota da easyJet entre Lisboa e a Madeira, depois da liberalização da linha. Quando a rota arrancou, a 27 de Outubro do ano passado, a low cost tinha a expectativa de transportar 152 mil passageiros no primeiro ano. A operação correu melhor do que esperado, chegando aos 190 mil lugares vendidos, com uma taxa de ocupação média de 86%. Enquanto o diabo esfrega um olho, a easyJet consegue a 2ª maior quota de mercado no Aeroporto da Madeira (com 13,43%), apenas superada pela primazia da TAP, que continua a transportar a maior fatia dos passageiros (37%), apesar da descida da 7,7% do número de pessoas transportadas desde Janeiro. Olhando para o panorama que se sentia em 2008 é de salientar a entrada no mercado madeirense da aviação, além da easyJet, da Norwegian Air Shuttle ASA, a Tui Airlines Netherlands, Santa Barbara Airlines C.A e a Axis Airways.
Não esquecendo a abertura, no passado dia 24 de Outubro, da rota entre o Paris e o Funchal da Aigle Azur. Na posição inversa, desertaram das operações madeirenses a Eurocypria Airlines, uma companhia cipriota que faz essecialmente voos charter, assim como a Hamburg International .
Heróis do mar
Se os resultados dos transportes aéreos não foram famosos, este ano de 2009 terá como jóia da croa a boa performance do segmento dos cruzeiros.
O movimento de passageiros dos navios de cruzeiros que visitaram o Porto do Funchal entre Janeiro e Agosto deste ano ascendeu a 223.384, o que representou um aumento de mais de 7%, relativamente ao ano passado. Sendo que a maioria destes passageiros (214.766) apenas transitaram no Porto do Funchal, tendo desembarcado 4.239 passageiros, e embarcado 4.379. Aqui reside uma das principais fragilidades deste segmento: a captação de um reduzido número de dormidas em terra.