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República Dominicana, uma nova era na segurança e na promoção

O Publituris integrou a famtrip organizada pela Ávoris, através do operador turístico Jolidey, em colaboração com o Ministério de Turismo da República Dominicana (MITUR). O objetivo foi apresentar a 30 agentes de viagens e jornalistas o país como um destino seguro numa era pós-COVID.

Rute Simão
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República Dominicana, uma nova era na segurança e na promoção

O Publituris integrou a famtrip organizada pela Ávoris, através do operador turístico Jolidey, em colaboração com o Ministério de Turismo da República Dominicana (MITUR). O objetivo foi apresentar a 30 agentes de viagens e jornalistas o país como um destino seguro numa era pós-COVID.

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O Publituris integrou a famtrip organizada pela Ávoris, através do operador turístico Jolidey, em colaboração com o Ministério de Turismo da República Dominicana (MITUR). O objetivo foi apresentar a 30 agentes de viagens e jornalistas o país como um destino seguro numa era pós-COVID.


Às seis da manhã o sol rasga o céu de Punta Cana autorizando o nascer de um novo dia. A primeira inspiração ao acordar é brindada por um bafo morno que preenche os pulmões que expandem a custo. Ainda é cedo e as pequenas gotículas de suor começam já a desenhar padrões na pele quente. O ar denso desperta um olfato firme pautado pelo aroma ácido das algas que cobrem a água salgada do mar. A chuva tépida cai de rompante e sem aviso num ritual assíduo e imprevisível que se pode repetir ao longo do dia e que, regra geral, não se espraia além do quarto de hora.
No areal junto ao mar, as toalhas de praia dão lugar, a esta hora, a máquinas e homens de pele queimada que recolhem o manto verde de sargaço alojado na frente marítima, de forma a devolver à água a transparência que lhe é exigida num esforço diário de não defraudar as expetativas dos turistas que aqui regressam, e que tanta falta fizeram no último ano. Este é um dos maiores problemas da época e uma ameaça eminente ao turismo do país.

Os meses infindáveis em que a pandemia da COVID-19 encerrou as portas do destino, travou luas-de-mel, viagens em família e férias românticas a dois, parecem estar a terminar. Para trás, está a recordação de uma República Dominicana que recebeu, em 2019, 6,5 milhões de turistas não-residentes, cerca de metade só em Punta Cana – o que se traduziu numa quebra de -62,7% em 2020. Em julho de 2020, os aeroportos reabriram e as unidades hoteleiras retomaram a operação a um passo lento que se traduz em ocupações que estão, atualmente, entre os 40% e os 60%. Nem todos os hotéis se encontram já a funcionar e muitos mantêm apenas parte da capacidade em operação. Mas os bons ventos que se têm sentido fazem prever que nos próximos meses a praça hoteleira esteja a operar em pleno.

Os olhos estão já postos no futuro e o otimismo é a engrenagem que move um povo que precisa do turismo para comer. Em 2019, o país das Caraíbas somou receitas turísticas no valor de 7.468,1 milhões de dólares (6.159,22 de euros), de acordo com o Banco Central da República Dominicana (BCRD). O turismo representa 17% do PIB nacional tendo um impacto, de forma indireta, na economia local de 22%, adiantam os dados da Associação Nacional de Hotéis e Turismo (Asonahores).

Para já, está reunido um punhado de ingredientes que imprime no Governo e nos agentes económicos locais a confiança numa rápida e bem-sucedida retoma. As várias medidas de segurança adotadas no âmbito da pandemia, o despertar dos principais mercados e uma nova estratégia implementada pelo Ministério de Turismo da República Dominicana (MITUR), que visa a promoção do país como um destino que extravasa além do ‘sol e mar’, fazem antever o sucesso dos meses vindouros.

Principais mercados de Punta Cana em 2019:

1- EUA 37.25%​

2- Canadá 17.56%​

3- França 4.98%​

4- Argentina 4.98%​

5- Reino Unido 4.32%

Da segurança nos resorts à nova realidade fora-de-portas
Punta Cana é conhecida como a jóia da República Dominicana, absorvendo metade dos turistas que escolhem o país para turismo. Os dias tranquilos nas águas quentes e as noites agitadas de cocktails e música são a simbiose perfeita para os que lá chegam.

Devido à pandemia, algumas regras do jogo mudaram refreando o ambiente típico vivido outrora. As discotecas continuam de portas fechadas e os espetáculos permanecem suspensos, à espera de melhores dias.

Mas não é sinónimo de falta de animação. Se, nas ruas o temperamento é sóbrio e o recolher obrigatório impera às 17h00, dentro dos hotéis e resorts encontra-se maneira de esculpir a diversão essencial ao menu de férias.
No Hotel Barceló Bávaro Palace, que acolheu a famtrip nos primeiros dias, a festa faz-se pelas esplanadas, bares de jogos, casino e restaurantes. A música alta ecoa pelos corredores numa dança que combina com o tilintar dos copos e com os vários sotaques trocados. Punta Cana continua a ser casa de praia e festa e as máscaras são acessório secundário para muitos turistas que se sentem seguros dentro das paredes do hotel.

A 200 quilómetros mora a capital da República Dominicana. A cidade histórica de Santo Domingo tem estado na mira das atenções devido ao aumento do número de casos de COVID-19, superior à média nacional.

Em dia de feriado, e a uma hora do recolher obrigatório, a Plaza Duarte alberga centenas de locais e turistas, que ocupam bancos de jardim e mesas de esplanada. O cenário parece pré-pandémico a avaliar pelo aglomerado de pessoas que aproveitam os últimos minutos de liberdade do dia envoltos em despreocupação, quadro que é visto com alguma racionalidade por parte do governo. “Os casos [de COVID-19] que estão a aumentar em Santo Domingo dizem respeito à população residente, não estão relacionados com a franja do turismo. Somos um povo muito alegre e divertido e isso faz com que as pessoas, às vezes, baixem um pouco a guarda. Mais de 30% da população nacional já tem a segunda dose da vacina administrada. Estamos a fazer uma retoma segura e com medidas para que tenhamos 80% dos dominicanos vacinados em breve”, explica uma fonte ligada ao MITUR.

A vacinação da população dominicana tem sido um dos desafios do governo que tem reunido esforços para conseguir aumentar a adesão ao processo. Um dos maiores entraves prende-se com as crenças religiosas e teorias da conspiração que proliferam em redes sociais afetas aos efeitos adversos da vacinas e que pautam o pensamento de muitos residentes. Ao contrário de outros países, aqui não escasseiam vacinas mas sim a vontade de ser vacinado.

Medidas para um destino seguro

Apesar destes desafios que dizem respeito à população do país, naquela que é chamada a bolha turística, que se concentra nos principais destinos de férias, o cenário é seguro, diz o governo. Desde logo, porque todos os trabalhadores da hotelaria e turismo foram já totalmente vacinados bem como as respetivas famílias que vivem no mesmo agregado. Esta foi uma medida implementada pelo Governo de Luis Abinader, que levou a cabo um plano de vacinação para os 40 mil trabalhadores atualmente ativos desta indústria como mote para a retoma rápida do turismo no país.

O sucesso da campanha de vacinação justificou a dispensa da apresentação de testes PCR aos turistas que chegam ao país, à exceção de viajantes provenientes de destinos como Brasil, África do Sul e Índia. Contudo, nos aeroportos são realizados testes rápidos aleatórios de despiste à COVID-19 aos passageiros que aterram em solo dominicano.
O segundo grande trunfo do governo local é a oferta de um seguro de saúde a todos os turistas que entrem no país por via aérea e que fiquem hospedados num hotel. O chamado ‘Plano de Assistência Turismo Seguro’ está em vigor até ao próximo dia 31 de julho, sendo que já foi prorrogado cinco vezes desde a sua implementação, em setembro de 2020. No total, a medida custou ao Governo 1,4 milhões de dólares (1,2 milhões de euros).

O seguro inclui a cobertura de emergências médicas, incluindo COVID-19, fornecimento de medicamentos, hospitalização, transporte médico de emergência, despesas com internamento, mudança de voo por motivos médicos, extensão da estadia e assistência jurídica. “As medidas de combate à COVID-19 vão sendo ajustadas, conforme vão mudando as necessidades. Somos dos poucos países que mantém um seguro de saúde gratuito para os turistas há mais de seis meses. Com todos os protocolos que temos implementado, com todos os funcionários vacinados, temos a garantia de que não há necessidade de fazer mais do que estamos a fazer. Os casos de COVID-19 que temos não são alarmantes mas é bom manter o controlo porque dependemos do turismo e temos de preservá-lo por todas as vias”, atesta um porta-voz do MITUR.

A República Dominicana tem

70 grupos hoteleiros no país

100 companhias aéreas com acordos

500 cidades do mundo de onde chegam os turistas aos aeroportos

Oferta Hoteleira
As praias de areia fina e água morna cristalina são um dos principais atrativos para os turistas que escolhem Punta Cana com o intuito de desfrutar de uns dias de descanso num cenário onírico. Mas a experiência na região não se esgota nesta premissa. O alojamento assume uma importância determinante no resultado final da viagem.

Esta tónica ganha ainda mais relevo na atual conjuntura. Devido às restrições impostas pelo governo por causa da pandemia, o recolher obrigatório é obrigatório às 17h00, como referido, e é também proibido o consumo de bebidas alcoólicas na via pública. Com mais tempo para usufruir do resort, uma escolha acertada é sinónimo de melhor qualidade de F&B – podem ser consumidas bebidas até às 23h00 nos hotéis – bem como mais opções de entretenimento.

Outro dos aspetos a ter em consideração é o facto de Punta Cana estar em época de sargaço. As águas salgadas do azul celeste postal assumem agora uma roupagem entre o verde e o castanho o que acaba por ser, amiúde, mote de desilusão de muitos turistas que por ali param. É por isto, também, que a escolha de um hotel com qualidade vai fazer toda a diferença. As unidades são responsáveis pela limpeza das respetivas praias e há uma distinção musculada entre os vários hotéis. Numas unidades os esforços resultam em praias mais limpas e nadáveis enquanto noutras o menor cuidado por parte do hotel leva a que o sargaço se acumule impedido a utilização do mar.

Com uma oferta de 46 mil quartos espalhados pelos 123 hotéis e resorts regulados, Punta Cana é o palco do ‘all inclusive’. A praça hoteleira está bem desenvolvida e há opções para todos os segmentos e carteiras. Dos hotéis de luxo aos resorts familiares, dos ‘adult only’ às unidades perfeitas para grupos, não escasseiam propostas.
Do portefólio da Jolidey em Punta Cana, constam 23 marcas que representam mais de 60 hotéis, ou seja, metade da oferta da região. Nesta famtrip houve a possibilidade de conhecer uma dezena de insígnias que se dividem consoante o propósito e a categoria.

Um destaque imediato é dirigido ao Complexo Royal Beach, localizado na praia da Bávaro. Sob a alçada do grupo AM Resorts, a oferta é bidimensional. De um lado, o Secrets Royal Beach Punta Cana, um refúgio sublime só para adultos. E, do outro, um pequeno paraíso para famílias e grupos, o Dreams Royal Beach Punta Cana. Há uma distinção imediata e evidente entre este complexo e a restante oferta de Punta Cana. Não só pela beleza e elegância de todos os espaços – as suites do Secrets com piscina privada são um ‘must see’- mas pelo cuidado transversal a todos os pormenores. A hotelaria rima, em qualquer parte do mundo, com serviço e com detalhe e é nestes dois mantras que a AM Resorts se posiciona à frente, de forma indiscutível. A atenção do staff está num nível superior à média dos demais hotéis. O nível de serviço e a simpatia dos funcionários é bastante volátil e pode divergir abruptamente entre hotéis. As propostas de F&B, seja em comidas ou bebidas e cocktails, é, também, surpreendente e diferenciadora.

Outro apontamento é feito ao Hotel Meliá Caribe Beach Resort (famílias) e ao Hotel Meliá Punta Cana Beach Resort (adultos). O complexo foi recentemente renovado e sobressai pela decoração contemporânea e minimalista, elegante e moderna. O ‘healthy’ é o conceito anfitrião das unidades e revela-se nas opções alimentares servidas bem como nas atividades. Nos quartos há tapetes de yoga disponíveis e os duches têm uma bomba de ‘vitamina C’ incorporada. Apesar não termos experienciado nem o serviço nem o F&B, o conceito e a apresentação merecem elogios.
Na lista de boas opções, numa oferta padrão enquadrada nas expetativas, estão também os complexos dos grupos RIU e Barceló, que apesar de maiores e mais movimentados, apresentam boas propostas de atividades, espaços comuns, F&B, alojamento e praias. São escolhas seguras dentro do universo ‘all inclusive’ que não desiludem o público deste tipo de resorts.

Por outro lado, o Hotel Impressive é um exemplo de que em Punta Cana a classificação nem sempre se coaduna com a oferta. As infraestruturas do hotel, embora não estejam enquadradas num cinco estrelas, não carecem de grandes reparos, situando-se dentro do razoável. Os quartos são espaçosos e a decoração é sóbria. Contudo, o serviço medíocre e desprimoroso, transversal do staff à oferta gastronómica, pode vetar a experiência idílica no destino.

O luxo urbano e discreto em Santo Domingo
Com a praia a alguns quilómetros de distância, na cidade de Santo Domingo voltamos a ser surpreendidos pela oferta hoteleira. A capital do país exige, naturalmente, um conceito distinto do dos resorts e é exatamente isso que encontrámos no ‘El Embajador, a Royal Hideaway Hotel’, que pertence ao grupo Barceló. A unidade, sóbria e discreta por fora, revela uma oferta de padrão elevado por dentro. Este é um hotel corporate de luxo capaz de agradar aos diversos mercados internacionais deste segmento. Contudo, a restante oferta de facilidades, como a piscina, spa, gastronomia e os bonitos espaços exteriores permitem que a unidade seduza outro tipo de cliente. Seja para lazer ou eventos como casamentos, o El Embajador acompanha, com mérito, qualquer propósito sendo uma escolha acertada se a viagem à República Dominicana incluir um desvio até à capital

Da beleza das águas límpidas à floresta selvagem

A lista de afazeres em Punta Cana pode ir além da praia e do resort e há várias atividades ao dispor que se enquadram nos mais diversos propósitos. A excursão à Isla Saona é uma excelente aposta, principalmente nesta época de sargaço que o destino enfrenta. Esta pode ser das poucas oportunidades para mergulhar num mar límpido e turquesa. O passeio catamarã dura um dia e inclui uma paragem no meio das piscinas naturais para beber um cocktail e observar as estrelas do mar. É importante verificar os preços e condições uma vez que, devido à pandemia e ao recolher obrigatório, o passeio acaba por ser mais curto do que o habitual.

Para os mais destemidos, o La Hacienda Park, no Parque Empresarial de Bávaro, sugere um dia de atividades radicais como slide, passeios de buggies na lama, um pequeno safari e passeio a cavalo. O preço de 99 dólares (83 euros) inclui o dia com todas as atividades e almoço.

O amanhã tem mais além de sol e mar
A adaptação dos pólos turísticos da República Dominicana à nova realidade pós-pandemia foi bem concretizada, na opinião do Governo e dos vários players. O turista tem dado sinais de se sentir seguro o que se repercute no aumento da procura e na concretização de novas rotas aéreas por parte das várias companhias mundiais que operam no destino.

Os protocolos implementados são equivalentes aos de tantos outros destinos do mundo o que ajuda a transmitir familiaridade e conforto a quem já está ambientado às novas normas. Mas, mais do que uma mudança nas rotinas de segurança e higiene, esta é uma nova era na forma como se faz turismo e como se promove o destino no futuro. Na opinião do MITUR, é hora de estender a oferta, captar novas rotas e chegar a diferentes mercados. “Vamos fazer uma maior aposta promoção e na diversificação turística. A República Dominicana aproveitou a pandemia para se relançar como um destino que é mais do que sol e mar. As pessoas já não querem chegar a um destino e ter só sol e praia. As pessoas querem ir a um lugar e fazer turismo de natureza, ‘mindfulness’, ‘slow food’, ‘slow travel’. O turista mudou com a pandemia. Temos de nos adaptar a todas as necessidades do turista”, assegura fonte ligada ao gabinete do ministro do Turismo David Collado, que acredita que o turista é, a partir de agora, o centro das atenções na estratégia de promoção.

“Os destinos têm de se adaptar. Antes partíamos do destino para a oferta turística e para as excursões e, só no fim, o turista. Agora a promoção começa no turista, e do turista e das suas necessidades é que é desenhada oferta hoteleira, as excursões, etc. O turista é o centro e nunca foi. É um bom narcisismo turístico”, adianta.

O governo desenhou uma aposta noutras vertentes da oferta como o turismo religioso, cultural, de aventura, gastonómico e enoturismo. Regiões como San Cristóbal, Peravia, Ocoa, Azua, Monseñor Nouel, Santiago, Monte Plata ou Hato Mayor, entre outros, fazem parte do leque de apostas que o MITUR quer vender.
Em oposição à praia, ‘a magia do campo dominicano’ é o mote que tem amparado uma nova estratégia de comunicação do país, que quer dar a conhecer um lado rural, numa aposta com a gastronomia de fundo, onde seduzem os queijos, o café, o cacau, a cana de açúcar e o vinho.

Como ir

A Ávoris tem voos  no novo avião da Iberojet, o A330-900neo com partida de Lisboa às segundas-feiras pelas 15h40. A operação de Madrid acontece às teças, quintas, sábados e domingos e, em breve, deverá iniciar a ligação a partir do Porto às terças-feiras, pelas 15h30.

*A jornalista viajou a convite da Ávoris e do MITUR.

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Votação para os Publituris “Portugal Travel Awards” 2024 tem início a 27 de maio

Arranca no próximo dia 27 de maio a votação para as 22 categorias dos Publituris “Portugal Travel Awards” 2024. A votação só estará disponível aos assinantes do jornal Publituris e aos subscritores da newsletter diária. Por isso, registe-se até dia 24 de maio para votar.

Os nomeados da 19.ª edição dos Publituris “Portugal Travel Awards” serão conhecidos na edição do próximo dia 24 de maio de 2024 do jornal Publituris, ficando o site para votação disponível a partir de segunda-feira, 27 de maio.

Nesta edição de 2024 há 177 nomeados em 22 categorias, existindo ainda o “Prémio Belmiro Santos”, atribuído diretamente pela redação do jornal Publituris.

As votações decorrerão, exclusivamente, no site dos Publituris “Portugal Travel Awards” 2024 e estarão disponíveis somente para os assinantes do jornal Publituris e subscritores da newsletter diária.

O júri, composto por 26 personalidades ligadas ao setor do turismo, em Portugal, também votarão online.

O registo na newsletter diária do Publituris só será permitido até dia 24 de maio de 2024, ficando o mesmo suspenso até ao dia 4 de julho de 2024.

Os vencedores resultam de uma média ponderada entre os votos do júri (45%), dos assinantes do jornal do Publituris (45%) e subscritores da newsletter diária (10%) e serão conhecidos no dia 4 de julho de 2024 numa cerimónia a realizar-se no Pestana Douro Riverside, no Porto, a partir das 19h00.

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Privatizar sim, mas Estado português “deve manter uma posição”, recomenda CEO da TAP

O CEO da TAP, Luís Rodrigues, admitiu ao Financial Times que no processo de privatização da TAP, o Estado deverá “manter uma posição, e que fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento”.

Com a decisão sobre o novo aeroporto arrumada, está em aberto a privatização da TAP Air Portugal. Ao Financial Times, Luís Rodrigues, CEO da companhia aérea, recomendou ao Governo português para “manter uma posição, e que fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento”.

“Penso que um dia estaremos prontos para uma venda a 100%, mas vamos fazer isso passo a passo”, disse Luís Rodrigues à margem de um evento de celebração dos 75 anos do início dos voos da TAP entre Lisboa e Londres.

Dando como exemplo a necessidade de servir as regiões autónomas de Portugal, a Madeira e os Açores, o CEO da TAP admite que esta posição serviria para “para garantir que, se os atores mudarem, ninguém entra com uma agenda diferente”.

Recorde-se que, ainda no último Congresso da APAVT, em dezembro de 2023, Luís Rodrigues afirmaria que “é impensável ter uma empresa de aviação a atuar no mercado competitivo global a ser condicionada por um acionista, neste caso o acionista Estado. A forma mais óbvia e historicamente fácil de fazer isso é privatizá-la”.

Na altura, referia, igualmente, que não discutiria se a privatização deveria ser a “100% ou 80% ou se, dada a importância estratégica que tem para o país, seja o Estado a governar”. Contudo, neste último caso, o CEO da TAP considerou que é fundamental que se “criem regras que permitam que a empresa seja gerida livre dos entraves administrativos a que está sujeita no atual quadro”.

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Portugueses planeiam fazer férias em família, na praia e em regime de tudo incluído, revela a Revolut

O “Revolut Travel Report”, que apresenta dados sobre as preferências dos europeus quando se trata das férias, revela que Portugal continua a ser o destino preferido, sendo Espanha o país preferido dos portugueses para férias na Europa, e o Brasil, no que diz respeito a paragens mais longínquas.

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No caso dos portugueses, os resultados do estudo da Revolut, aplicação financeira global utilizada por mais de 40 milhões de clientes em todo o mundo e mais de 1,2 milhões de clientes em Portugal, revelam que a maioria irá fazer as suas férias de verão entre julho e agosto e que pretendem ficar pelo país. Para viagens fora de portas Espanha e Brasil são os destinos preferidos dentro e fora da Europa, respetivamente.

Os portugueses planeiam fazer férias em família, férias na praia e em regime de tudo incluído. No entanto, ainda que sejamos um povo muito ligado ao desporto, principalmente ao futebol, 1% admite ir de férias para acompanhar algum tipo de evento desportivo, indica a análise.

A aplicação perguntou a mais de 15 mil pessoas em 15 países, incluindo mil em Portugal, sobre os seus planos de viagem para o verão e, tal como os portugueses, os europeus também planeiam ir de férias para a praia (45%) e em família (33%).

A conclusão do estudo mostra que a maioria planeia as suas principais férias durante os meses de agosto (36%) e julho (19%). Setembro, que tem sido visto como o mês predileto para quem quer fugir às enchentes de verão, surge em terceiro lugar no pódio, com 13%. O mês dos arraiais, das sardinhas e das festas de rua é também o preferido de 7,8% dos portugueses inquiridos. Para quem gosta de relaxar com pouca gente à volta, os melhores meses para férias são outubro, que reúne 2,7%, dezembro 2% e novembro 1,4%, enquanto 7% dos inquiridos afirmaram não ter planos para fazer férias em 2024.

A análise dá ainda conta que 56% dos portugueses confirmam que “o que é nacional é bom” continua a ser verdade, uma vez que preferem passar as suas férias grandes no próprio país. No entanto, 2 em cada 10 pessoas inquiridas também afirmaram que optariam por umas férias na Europa. Sem surpresas, Espanha é o país mais escolhido pelos portugueses (10%), seguido de Itália (4,3%) e França (2,9%). Quando se trata de viajar para fora da Europa, 8,2% admitem fazê-lo este ano e o destino preferido é o Brasil (2,2%).

Por outro lado, fazer férias no próprio país é algo a que os europeus estão habituados – e até planeiam fazê-lo este ano. Quase metade dos europeus inquiridos admite ficar no país. Os croatas (72%) e os gregos (70%) são os que mais preferem ficar “em casa”, enquanto os suíços (21%) e os austríacos (25%) são os que menos o fazem.

Quanto aos europeus que preferem sair do país, Itália (5,3%), Grécia (4,4%), Espanha (4,3%), Croácia (2,9%) e França (2,3%) são os destinos preferidos. Para os que querem viajar para fora da Europa, os EUA (0,9%), o Egito (0,8%) e a Tailândia (0,5%) são os preferidos.

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Sonhando aposta na Tunísia e leva agentes de viagens a ver a realidade do destino

Com uma forte aposta na Tunísia este verão, o operador turístico Sonhando levou um pequeno grupo de agentes de viagens a ver a realidade do destino, pois acredita que só conhecendo as várias ofertas no local é possível vender com segurança. A viagem, de uma semana, que contou com um jornalista do Publituris, aconteceu no voo inaugural que Tunisair entre Lisboa e Tunes, marcando o regresso da companhia aérea tunisina a Portugal com uma operação semanal às segundas-feiras, pelo menos até outubro.

“É com grande entusiasmo que partilhamos o sucesso do voo inaugural da Tunisair entre Lisboa e Tunes, marcando o regresso dos voos regulares entre Portugal e a vibrante Tunísia. A Sonhando S.A. teve o privilégio de fazer parte deste momento histórico”, é assim que o operador turístico escreve nas redes sociais.

Avança ainda que “embarcámos juntamente com 10 agentes de viagens e um jornalista numa jornada inesquecível para explorar tudo o que a Tunísia tem para oferecer”, destacando que “com a Sonhando S.A., o seu sonho de explorar a Tunísia está mais próximo do que nunca”, até porque a aposta do operador turístico é grande e está disponível no mercado uma vasta programação.

Ana Tomás, da Sonhando, que acompanhou o grupo, lembrou, em declarações ao Publituris, que “a Tunísia é uma grande aposta” do operador turístico, que já programa o destino há vários anos. “Temos operações para Djerba quatro vezes por semana (2 de Lisboa e 2 do Porto), Monastir, em voos apenas do Porto, duas vezes por semana, além da parceria com a Tunisair nos voos regulares de Lisboa para Tunes”, disse, para acrescentar que a primeira partida desta operação teve início a 18 de maio para Djerba, e termina em outubro com os últimos voos da Tunisair, enquanto os charters vão até setembro.

Responderam ao convite da Sonhando, Azmina Santos, B Travel, Dora Seco, De volta ao mundo, João Morgado, Turitubucci, Bernardo Dias Bestravel, Sílvia Oliveira, Turiworld, Tânia Martins, Silva & Campogrande, Inês Carvalho, El Corte Inglés, Maria Pereira, Portugal Travel Center, Zolia Diaz, Abreu, e Cláudia Catroga, ClickViagens.

O grupo teve a oportunidade de explorar as estâncias turísticas mais procuradas na Tunísia como Monastir, Mahdia, Port El Kantaoui, Hammamet e a famosa Djerba, e ainda descobrir a cidade azul e branca de Sidi Bou Said às portas da capital Tunes, bem como inspecionar a vasta oferta hoteleira existe nesses locais, para todos os gostos e bolsos.

Toda a reportagem desta famtrip para conhecer em pormenor na próxima edição do Publituris, bem como as opiniões destes profissionais sobre o que retiveram do destino.

Sobre o autorCarolina Morgado

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75% dos europeus preveem viajar de maio a outubro

Os dados da European Travel Commission são otimistas para este verão, antevendo que 75% dos europeus têm nos seus planos viajar. Portugal capta mais novos visitantes dos que repetentes.

Victor Jorge

De acordo com o último relatório da European Travel Commission (ETC), “Monitoring Sentiment for Intra-European Travel”, a intenção de viajar entre maio e outubro de 2024 entre os europeus inquiridos atingiu 75%, representando um aumento de 3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

37% dos inquiridos tencionam embarcar numa única viagem e 57% estão a preparar-se para duas ou mais escapadelas durante este período. Os destinos no Sul da Europa são preferidos por 43% dos viajantes, com Itália e Espanha no topo da lista.

De resto, é a Itália que lidera as preferências entre os viajantes europeus, com 8,4%, seguindo-se a Espanha (8,1%), França (7,1%) e Grécia (6,3%), perfazendo este Top quatro praticamente 30% das preferências dos turistas europeus.

Portugal aparece em 6.º lugar, com uma 4,4%, ainda atrás da Alemanha (5,4%), mas à frente de destinos como a Croácia (4,2%), Áustria (3,4%), Reino Unido (3,3%) e Turquia (3%), países que compõem este Top 10.

Já quando se analisa a repetição da viagem, Portugal aparece destacado como um dos destinos que capta mais visitantes novos (24%), ficando somente atrás da Grécia (27%) e à frente de Espanha (16%) ou Itália (18%). Por sua vez, quando se analisa a repetição da viagem, Portugal não tem o mesmo destaque, aparecendo com 12%, ou seja, na 9.ª posição entre os 10 destinos analisados. Espanha, Grécia e França são os destinos que mais repetem as visitas, com “nuestros hermanos” a registarem uma taxa de repetição de 20%, enquanto os outros dois destinos assinalam, ambos, uma taxa de 17%.

Com o tráfego aéreo europeu agora próximo dos níveis pré-pandémicos, a intenção de voar para os locais de férias atingiu os 55%, um aumento de 5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Entretanto, 28% dos viajantes planeiam chegar aos seus destinos de carro e 13% optam por viagens mais ecológicas de comboio ou autocarro.

Europeus decididos a viajar na primavera e no verão
“Apesar das preocupações com a segurança e dos constrangimentos financeiros, os europeus estão a dar mostras de uma resiliência notável quando se trata de viajar nesta época de verão” aponta a ETC. Assim, o entusiasmo pelas viagens é transversal a todas as faixas etárias acima dos 25 anos, chegando a atingir 81% entre os viajantes mais maduros (com mais de 55 anos).

Esta determinação, associada ao desejo de garantir férias a um preço mais favorável, conduz a reservas antecipadas. Cerca de 52% dos viajantes europeus (incluindo 56% dos que têm entre 18 e 24 anos) já reservaram total ou parcialmente as suas próximas viagens.

A duração de viagem mais popular é de quatro a seis noites, preferida por 36% dos inquiridos. Segue-se a duração de sete a nove noites (26%) e mais de dez noites (21%). Os orçamentos de viagem mantiveram-se consistentes em comparação com o ano anterior, com 42% dos inquiridos a planearem gastar até 1.000 euros por pessoa na sua próxima viagem, cobrindo os custos de alojamento e transporte.

Segurança é crucial na escolha de um destino
No meio de tensões geopolíticas, fenómenos climáticos extremos e incertezas económicas, a prioridade à segurança tornou-se primordial na tomada de decisões dos viajantes. Sentir-se seguro é o critério número um na seleção de um destino (16%), seguido de um clima agradável (13%), pechinchas e ofertas atrativas (11%), comunidades locais amigáveis (9%) e custo de vida mais baixo no destino (8%).

Apesar do forte desejo de viajar, 22% dos europeus estão preocupados com o aumento das despesas de viagem e 17% estão preocupados com as finanças pessoais no atual clima económico. Além disso, as tensões geopolíticas, como o conflito na Ucrânia e a agitação no Médio Oriente, estão a aumentar as ansiedades, com 12% e 10%, respetivamente, a manifestarem inquietação. As perturbações nas opções de transporte (10%), a sobrelotação (9%) e os fenómenos meteorológicos extremos (8%) são outras fontes importantes de preocupação.

Natureza e gastronomia local no topo das preferências
Uma percentagem significativa de viajantes europeus está a preparar-se para viagens intra-regionais durante maio-junho (34%) e julho-agosto (44%). Além disso, 17% planeiam viajar em setembro e outubro. As viagens de lazer estão a aumentar, com 74% a manifestarem o desejo de se divertirem – um aumento de 5% em relação ao ano passado.

Itália e Espanha encabeçam a lista dos destinos de verão deste ano, captando cada uma 8% do interesse dos inquiridos, seguidas de perto pela França (7%), Grécia (6%) e Alemanha (5%).

Este alinhamento reflete o desejo dos europeus por viagens de sol e praia (20%) e férias na cidade (16%), que surgiram como os tipos de férias mais populares para os meses seguintes. Os viajantes europeus referem a beleza paisagística (19%) como a sua experiência de férias preferida, seguida da gastronomia local (17%), do contacto com as culturas locais (15%) e da admiração de monumentos famosos (15%).

As ferramentas digitais mais importantes para o planeamento de viagens são os motores de pesquisa (23%), os sítios web de viagens (21%) e os mapas online (16%). Apesar disso, a percentagem de europeus que utilizam ferramentas de IA e aplicações baseadas em IA para o planeamento de viagens é atualmente de apenas 4%.

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Transportes

Objetivo: Tornar a marca Iberojet mais visível em Portugal

António Loureiro, que assumiu recentemente a liderança da Iberojet em Portugal, revelou ao Publituris que o objetivo é “ajudar o mercado português”, mas acima de tudo, “consolidar” a presença da companhia aérea do Grupo Ávoris em território nacional e “torná-la ainda mais visível”.

Em entrevista ao Publituris, o conhecido profissional da área das viagens e turismo, António Loureiro, recentemente nomeado diretor-geral da Iberojet, assegurou que o seu propósito é colocar a companhia aérea em Portugal no patamar correspondente à dimensão e ao impacto que o Grupo Ávoris tem no turismo a nível ibérico. “Entrei neste projeto exatamente para isso, para defender a posição da Iberojet em Portugal, torná-la ainda mais visível e fazer as pazes com algum histórico que não existia no passado com as entidades oficiais”. O propósito do novo diretor-geral é, precisamente, alterar essa imagem e criar uma relação mais estreita e mais colaborante com organismos como a ANA Aeroportos/Vinci Airports, a ANAC e a NAV.

Como se sabe a marca Iberojet gere-se em Portugal com a denominação Orbest e Evelop em Espanha. Assim, adiantou, “a nossa ideia, e obtivemos consentimento para isso, é tornar a Iberojet apenas uma única marca que acomodasse as duas designações que as empresas tinham até agora.

O Grupo, disse, “pediu para relançar a imagem da companhia, ajustá-la ao nosso estilo e torná-la ainda mais portuguesa, tal como a Ávoris que quer tornar-se cada vez mais portuguesa sob o ponto de vista do mercado. Foi por isso que aceitei”.

António Loureiro esclareceu que a Iberojet é uma companhia aérea charter que serve a operação do grupo espanhol Ávoris, “mas temos projetos e ambições para ir um pouco mais além. Com a dimensão do Grupo não faz sentido que a sua companhia de aviação se remeta apenas a transportador os seus operadores. Pode-se aproveitar muito mais”, destacou.

Avançar também para voos regulares
Nesse sentido, o responsável apontou que “o objetivo é manter a filosofia de charter, mas ter também uma componente de venda de voos numa perspetiva regular, para além de continuar a fazer ACMIS (aluguer de aviões com tripulação incluída, bem como os seguros e a manutenção) para várias empresas”.

Por outro lado, frisou, sem entrar em pormenores, que “estamos com outras ideias também para dentro da própria Iberojet, podendo constituir outras unidades de negócio muito interessantes, aproveitando a capacidade do Grupo Avoris, isto tudo numa perspetiva de consolidar a sua imagem em Portugal e fazê-la crescer, sem hostilizar ninguém. Sabemos que as aventuras espanholas em termos de viagens e turismo no nosso país, algumas correram mal por causa da arrogância e, este grupo é tudo menos arrogante. E só nessa base é que eu também entraria aqui”.

Estamos num processo de tornar o front-end da Iberojet muito mais apelativo e que permita vender ancillaries (produtos e serviços auxiliares) ou fast-tracks, de uma forma absolutamente normal, como se fosse uma companhia aérea regular. É uma área que, além de trazer muito revenue, permite tratar o passageiro de outra maneira e dar-lhe um “miminho” extra. Este processo está no bom caminho e acredito que vou conseguir fazer ali umas melhorias grandes

Outro objetivo do novo diretor-geral da companhia aérea do Grupo Ávoris em Portugal é melhorar o sistema de distribuição em voos charter. “Estamos num processo de tornar o front-end da Iberojet muito mais apelativo e que permita vender ancillaries (produtos e serviços auxiliares) ou fast-tracks, de uma forma absolutamente normal, como se fosse uma companhia aérea regular. É uma área que, além de trazer muito revenue, permite tratar o passageiro de outra maneira e dar-lhe um “miminho” extra. Este processo está no bom caminho e acredito que vou conseguir fazer ali umas melhorias grandes”, confidenciou.

Dois A330neo baseados em Lisboa
A Iberojet tem colocados dois aviões A330neo no aeroporto de Lisboa, um com executiva (18 lugares sempre como uma boa ocupação) e económica, e outro em full economy, mas “reforçamos sempre com outros aparelhos se for caso disso e, no futuro, a minha ideia é basear em Portugal ainda mais aviões, até pelos objetivos de crescimento que temos, mas desde que sejam criadas melhores condições no aeroporto de Lisboa, que é a base da nossa operação”. O sonho de António Loureiro é ter um A350 em Lisboa.

O nosso entrevistado considerou que “temos um equipamento bonito e muito recente, e o nosso padrão de serviço de bordo não tem nada a ver com uma companhia charter”. Apontou ainda que estes aviões têm tido um bom ritmo de voos, acelerando, como é óbvio, a partir do final de abril quando o Grupo coloca no máximo a sua programação de verão.

Beja, só se forem todos os operadores
No entanto, Loureiro, que como diz, nasceu no mundo da aviação, tem clara noção das dificuldades que se colocam no aeroporto de Lisboa para uma companhia aérea que pretenda crescer, e não descarta a possibilidade de operações também à saída do Porto. “Em 50 anos não se avançou politicamente e não se pensou. As pessoas puseram os partidos à frente dos interesses nacionais. E eu acho que agora estamos a pagar a fatura disso.

A minha grande pergunta, a pergunta que toda a gente faz é, o turismo aguenta até à construção do próximo aeroporto, mesmo se o decidirmos agora?”, questionou o profissional ainda a propósito do novo aeroporto. Sendo a Iberojet uma companhia charter, a questão que colocámos a António Loureiro é se não veria com bons olhos a empresa basear-se em Beja para poder crescer e abrir novos horizontes.

“É verdade que a companhia só cresce se tiver condições logísticas para o fazer, e o aeroporto é a principal condição”, disse, acentuando que Beja “poderia funcionar, mas para isso teria de haver condições efetivas, o que não acontece, pois não existem infraestruturas necessárias para operar, não tens lá a PSP de fronteiras, não tens catering, não tens uma série de componentes de handling, itens necessários para a operação”.

No entanto, “mesmo que existissem, bastava que um operador que seja que ficasse a operar à saída de Lisboa para o mesmo destino que opero, para nós ficarmos em desvantagem”. António Loureiro é categórico “Não estou a dizer que a empresa está a pensar em deslocar-se para o aeroporto de Beja, nada disso, até porque essa decisão compete aos nossos operadores. Temos problemas na operação, claro que sim, complica, mas acho que está na altura de começarmos (os operadores) a pensar todos, a falar entre todos, mas têm de ser todos. Não havendo um consenso será difícil uma decisão deste tipo”.

O objetivo é manter a filosofia de charter, mas ter também uma componente de venda de voos numa perspetiva regular, para além de continuar a fazer ACMIS (aluguer de aviões com tripulação incluída, bem como os seguros e a manutenção) para várias empresas

Outros destinos na calha
Este verão, a Iberojet vai operar voos charter de Lisboa para Cancun (México), Varadero e Santa Clara (Cuba), em estreia, La Romana, Punta Cana e Samaná (República Dominicana), ou seja, apenas operações de longo curso. “Não temos médio curso com equipamentos nossos, mas com o ritmo de desenvolvimento de alguns destinos, diria que este verão não, porque está feito, está fechado, mas é capaz de haver aí destinos de médio curso que justifiquem um avião deste tipo operado por nós. Mas será sempre por decisão dos operadores que integram o grupo, apesar de, na qualidade de diretor-geral da companhia ter a liberdade de dar os meus inputs, apresentar as nossas dificuldades operacionais e dar alternativas em função também dos contratos que temos”.

Equipa com experiência acumulada
António Loureiro deu-nos conta que o pessoal que está ligado à companhia aérea em Lisboa é português. “Uma coisa que eu gostei muito foi ver uma estabilidade relativamente às tripulações e a todas as equipas. Os nossos quadros têm muita experiência acumulada, profissionais que passaram por outras empresas e trouxeram todo esse know-how. Fiquei realmente impressionado com a qualidade desses profissionais”, destacou.

O diretor-geral da Iberojet em Portugal reconheceu que a relação com a companhia aérea em Espanha é “fantástica”. Sublinhou, para concluir, que “estamos a integrar equipas e a torná-las cada vez mais visíveis, num conceito de empresa ibérica, mas respeitando as fronteiras de cada um para um objetivo comum, o de tornar o Grupo Ávoris ainda mais sólido na sua componente aérea”.

Sobre o autorCarolina Morgado

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Hotelaria

Mais de 1.000 hotéis à venda em Portugal no primeiro trimestre de 2024

Segundo contas feitas pela CASAFARI, nos primeiros três meses de 2024, existiam 1.038 hotéis à venda em Portugal, mais 31% face aos 791 no mesmo período de 2023. Faro Porto e Lisboa lideram as cidades com mais unidades à venda.

Publituris

O número de unidades hoteleiras disponíveis para venda e para arrendamento cresceram nos primeiros três meses deste ano face ao período homólogo. Se no primeiro caso (venda), existiam 1.038 hotéis à venda no final do 1.º trimestre de 2024, correspondendo a mais 31% que os 791 de igual período do ano passado, no segundo caso (arrendamento), existiam 62 unidades hoteleiras para arrendar (+48% face aos primeiros três meses de 2023).

Os números são avançados pela CASAFARI, plataforma europeia de dados imobiliários, que revelam as principais conclusões de um estudo feito sobre o mercado hoteleiro em Portugal. A análise foi feita com base nos dados disponíveis na plataforma e comparou o primeiro trimestre de 2024 a igual período do ano anterior, procurando avaliar o comportamento mais recente destes ativos tanto ao nível da venda como do arrendamento.

A nível regional, Faro, Porto e Lisboa apresentavam o maior número de unidades hoteleiras disponíveis para venda (289, 120 e 96, respetivamente). Em sentido contrário, existem várias regiões com apenas uma unidade hoteleira disponível para venda, como Trofa, Penafiel, Paredes, entre outras.

Sintra, Lourinhã e Matosinhos destacam-se como as regiões do país com as maiores subidas percentuais, com a oferta a ser sete vezes maior, por exemplo, em Sintra, enquanto Odivelas, Baião e Coimbra apresentavam variações negativas.

O preço médio por m2 de hotéis para venda em Portugal ascendia a 3.319 euros no primeiro trimestre deste ano, uma subida de +18% face aos 2.818 euros registados em igual período do ano passado. A nível regional, Cascais, Sintra e Lisboa apresentam o preço médio por m2 mais elevado do país (7.213 euros, 6.995 euros e 6.175 euros, respetivamente). Em sentido inverso, Paredes, Amarante e Penafiel apresentavam os preços médios por m2 mais baixos no território nacional.

A nível percentual, Lourinhã, Madeira e Guarda surgem com as maiores subidas. Já Marco de Canaveses, Castelo Branco e Beja apresentam variações negativas do preço médio por m2 no primeiro trimestre de 2024.

Mais oferta no arrendamento, mas a preços mais baixos
Nos primeiros três meses de 2024 existiam 62 hotéis disponíveis para arrendamento, número que representa um aumento de +48% face aos 42 registados em igual período do ano passado.

A nível regional, Lisboa, Faro e Porto apresentavam o maior número de unidades hoteleiras disponíveis para arrendar (18, 12 e 11, respetivamente). Em sentido inverso, Aveiro, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Beja, entre outras, apresentam apenas uma unidade hoteleira disponível para arrendamento.

Cascais, Porto e Lisboa evidenciam-se com as maiores subidas percentuais, enquanto Sintra, Matosinhos e Évora apresentavam variações negativas no primeiro trimestre de 2024.

O preço médio por m2 de hotéis para arrendamento em Portugal ascendia a 24 euros no primeiro trimestre deste ano, uma quebra de -43% face aos 41 euros registados em igual período do ano passado.

A nível regional, Cascais, Leiria e Oeiras são as regiões com o preço médio por m2 mais elevado do país (425 euros, 196 euros e 26 euros, respetivamente). Por outro lado, Bragança, Viseu e Aveiro apresentavam os preços médios por m2 mais baixos.

A nível percentual, Vila Real, Setúbal e Coimbra registaram as maiores subidas. Mas Aveiro, Santarém e Leiria apresentavam variações negativas do preço médio por m2 no período em análise.

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Transportes

easyJet reduz perdas, mas lucros continuam no vermelho no 1.º semestre

Apesar da melhoria dos resultados, a easyJet registou um resultado líquido negativo em 404 milhões de euros, no ano 1.º semestre de 2024, período em que disponibilizou mais de 4,8 milhões de lugares no nosso país.

Victor Jorge

Os resultados referentes ao 1.º semestre do exercício de 2024, terminado em 31 de março de 2024, da easyJet ditam receitas de 3,8 mil milhões de euros, uma melhoria 22% face aos 3,1 mil milhões obtidos em igual período do exercício anterior de 2023.

O grosso destas receitas provém, naturalmente, dos passageiros (bilhetes), no valor que soma 2,4 mil milhões de euros, correspondendo a uma evolução de 17% face a período homólogo de 2024, com as receitas dos “anciliaries” a ultrapassaram os mil milhões de euros (1.060 milhões de euros), mais 19% que em igual período do ano passado.

Em termos de lucros, a easyJet apresenta uma baixa nos mesmos de 16%, passando, assim, de 483 milhões de euros negativos para 404 milhões de euros negativos, admitindo “perspectivas boas para o verão”.

Os custos da easyJet aumentaram, por sua vez, em 13%, passando de 2,1 mil milhões de euros para 2,4 mil milhões de euros, neste semestre de 2024, com a fatia com combustível a ascender a cerca de 1,1 mil milhões de euros, quando em igual período de 2023 foi de 900 milhões de euros.

De resto, a companhia aérea lowcost diz-se “satisfeita com o desempenho financeiro do primeiro semestre, com boas perspectivas para o futuro”, admitindo-se “operacionalmente bem posicionada para o verão”.

Em termos de passageiros transportados nestes primeiros seis meses do exercício fiscal, a easyJet aponta para um crescimento de 11% face aos mesmos meses de 2023, passando de 33,1 milhões para 36,7 milhões de passageiros.

Relativamente a Portugal, a easyJet disponibilizou, no primeiro semestre de 2024, cerca de 4,8 milhões de lugares, representando um aumento de 5% na capacidade face ao período homólogo de 2023, avançando Johan Lundgren, CEO da easyJet, que “os investimentos do verão de 2023 na nossa rede no Porto e em Lisboa continuam a proporcionar melhorias nos lucros à medida que estas rotas amadurecem. Transportámos, a partir dos cinco aeroportos em Portugal – Porto, Lisboa, Faro, Funchal e Porto Santo -, durante este período (1.º semestre de 2024) mais de 4,3 milhões de passageiros de e para Portugal, um crescimento de 8% relativamente à primeira metade de 2023”.

Quanto ao que resta do exercício e esperando a easyJet a entrega de 16 aviões A320neo, o CEO da companhia refere que “”estamos agora absolutamente concentrados em mais um verão recorde, que deverá proporcionar um forte crescimento dos lucros no ano fiscal de 2024 e estamos no bom caminho para atingir os nossos objetivos a médio prazo”.

E refere ainda que a easyJet “está bem posicionada para apresentar um forte crescimento dos lucros ano após ano, impulsionado pela procura positiva do verão. As medidas tomadas ao longo do último ano permitiram-nos apresentar um melhor desempenho operacional, com a aceleração do pico do verão a progredir bem. Como marca de confiança, a easyJet está bem posicionada para capitalizar o ambiente positivo da procura, uma vez que os consumidores dão prioridade às viagens. Continuamos a expandir a nossa rede de aeroportos primários com 158 novas rotas lançadas no atual ano financeiro”.

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Transportes

Mais de 13,5 milhões de passageiros passaram por aeroportos portugueses no 1.º trimestre de 2024

Se no mês de março a movimentação de passageiros nos aeroportos nacionais ascendeu a 5,3 milhões, no primeiro trimestre ultrapassou os 13,5 milhões.

Victor Jorge

Em março de 2024, nos aeroportos nacionais movimentaram-se 5,3 milhões de passageiros, correspondendo a uma variação positiva de 8,1% face a igual mês do ano de 2023.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o início de 2024 continuou a verificar máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais, tendo o terceiro mês do presente ano registado o desembarque médio diário de 86,5 mil passageiros, valor superior ao registado em março de 2023 (80 mil; +8,2%).

Em março de 2024, 82,2% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, atingindo 2,2 milhões de passageiros (+9%), na maioria provenientes do continente europeu (68,4% do total), correspondendo a um aumento de 7% face a março de 2023. O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 9,2% do total de passageiros desembarcados (+25%).

Relativamente aos passageiros embarcados, 81,4% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 2,1 milhões de passageiros (+9,3%), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (68,7% do total), registando um crescimento de 7% face a março de 2023. Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (8,7% do total; +27%).

Segundo avança o INE, “o movimento diário de aeronaves e passageiros é tipicamente influenciado por flutuações sazonais e de ciclo semanal. Os valores diários mais elevados são geralmente encontrados no período de verão e o sábado foi, no ano passado, o dia da semana com maior número de passageiros desembarcados”.

Já no primeiro trimestre de 2024, o número de passageiros movimentados aumentou 5,9% para 13,6 milhões de passageiros, a que corresponde mais 756 mil passageiros, e uma subida de 54,3% face aos 8,3 milhões de passageiros de igual período, mas de 2022.

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais no primeiro trimestre de 2024, França foi o principal país de origem e de destino dos voos, apesar de ter registado decréscimos no número de passageiros desembarcados e embarcados face ao mesmo período de 2023 (-2,4%; -2,6%). Reino Unido, Espanha e Alemanha ocuparam a 2.ª, 3.ª e 4.ª posição, respetivamente, como principais países de origem e de destino. Brasil ocupou a 5.ª posição como principal país de origem e Itália como principal país de destino.

No primeiro trimestre de 2024, o aeroporto de Lisboa movimentou 55,1% do total de passageiros (7,5 milhões), +5,5% comparando com o primeiro trimestre de 2023. O aeroporto do Porto concentrou 23% do total de passageiros movimentados (3,1 milhões) e aumentou 7,3%, enquanto a infraestrutura aeroportuária de Faro registou um crescimento de 7,5% 1,2 milhões) de passageiros.

De referir ainda quem, em março de 2024, aterraram nos aeroportos nacionais 18,2 mil aeronaves em voos comerciais, correspondendo a uma subida de 2,1% face ao mesmo período de 2023.

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Aviação

NAL: Será Alcochete. Obras na Portela são para avançar, já

Depois de 50 anos de espera, um histórico “jamais” à Margem Sul, depois de ter sido anunciado pelo ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, de várias opiniões, avanços e recuos, depois de uma CTI, eis que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anuncia Alcochete como localização para o Novo Aeroporto de Lisboa. Entretanto, avançam obras na Portela. Mas há pormenores que ficam ainda por explicar, principalmente, relativamente ao preço e ao pagador.

Victor Jorge

O Conselho de Ministros decidiu e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou: a localização para o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) é no Campo de Tiro de Alcochete, mantendo-se, temporariamente, o Aeroporto Humberto Delgado. Isto com capacidade aumentada até que o “Aeroporto Luís de Camões”, nome avançado pelo próprio Luís Montenegro, esteja operacional.

Depois de mais de 50 anos de espera, a opção do Governo passa por um aeroporto único, quando estiver completamente construído e operacional, devendo, segundo a comunicação do Governo, “ser concebido para poder expandir-se (acomodando a procura a longo-prazo), estimulando economias de aglomeração e integrado com outros projetos de acessibilidade”.

A opção por um único aeroporto, avançada, de resto, pela Comissão Técnica Independente (CTI), permite “mitigar o impacto ambiental e social na região de Lisboa”, uma vez que a solução de dois aeroportos, afirma o Governo, “duplica os efeitos ambientais negativos e a solução única se localiza em zonas com baixa densidade populacional”. De resto, segundo as contas feitas e apresentadas pelo Governo, “Lisboa é a 2ª capital europeia com mais habitantes expostos a ruído aeronáutico”.

Esta escolha permite ainda acomodar os planos de expansão da TAP, cujas projeções preliminares são de “190-250 aeronaves em 2050”, prevendo-se que o NAL atue, no futuro, como “catalisador da atividade económica da zona do Arco Ribeirinho Sul, devido à intermodalidade entre aeroporto, ferrovia e rodovia com acesso a Sines (desenvolvendo o hub logístico nacional)”.

2 pistas = 6,1 milhões de euros
A nível de dimensão da nova infraestrutura aeroportuária, as recomendações, alinhadas com Contrato de Concessão do Aeroporto Humberto Delgado (AHD), apontam para um modelo de base assente em “duas pistas (com capacidade para 90 a 95 movimentos por hora) e possibilidade de expansão até quatro pistas, para uma estimativa de tráfego de passageiros que possa ultrapassar os 100 milhões em 2050”.

Outra das questões levantadas de imediato, até mesmo antes do anúncio de Luís Montenegro, prende-se com os custos desta obra. Segundo contas realizadas pelo Governo, “o custo total para duas pistas é de 3.231 milhões de euros”, para a primeira pista, e mais “2.874 milhões de euros, para a segunda pista”, o que totaliza a obra, para duas pistas, em 6.105 milhões de euros.

Além dos custos da obra que esperava decisão há mais de 50 anos, o fator tempo também foi alvo de análise de horas de emissão nos vários canais de televisão, imprensa e sites noticiosos, avançando o Governo com o ano de 2030 para que a primeira pista esteja terminada, sendo que a segunda entraria em funcionamento um ano depois, o que faz com que, num prazo de sete anos, o NAL teria as duas pistas construídas.

E se o fator preço e tempo estiveram em destaque, também a relação com a concessionária – VINCI – é preciso ter em conta, com o Governo a revelar que “está a negociar com concessionária para abreviar os prazos para a ANA concorrer ao novo aeroporto, como está previsto no contrato de concessão”.

Entretanto e não menos importante, enquanto o NAL estiver em construção, há um aeroporto (deficitário) em operação e a necessitar de obras urgentes. Assim, o Governo promete “promover o aumento da capacidade no Aeroporto Humberto Delgado (AHD) para atingir 45 movimentos por hora (atualmente não vai além dos 38) e investimentos nos terminais e acessibilidades, de acordo com o contrato de concessão da ANA”.

Reconhecendo que o AHD está em situação de “congestionamento operacional”, encontrando-se desde 2018 acima dos limites definidos pela Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla inglesa), os dados indicam que a complexidade das operações resulta em “atrasos e baixas classificações em avaliações de serviço ao passageiro”, indicando os questionários de qualidade de serviço de 2023 uma pontuação de 3,5 em 5, com a taxa de pontualidade à partida a ser de apenas 52,2% em 2022, e o AHD a ocupar a 19.ª posição no ranking de conectividade direta em 20 aeroportos, segundo dados da ACI de 2023. .

Por isso, justifica o Governo, “é imperativo dar resposta à crescente procura a curto prazo, cujas projeções apontam para o máximo de 39 milhões de passageiros em 2030” e de “49 milhões para 2040”.

Assim, o Plano de Investimentos faseado, segundo o previsto na RCM n.º 201/2023, de 28 de dezembro, indicam “investimentos necessários nas pistas, taxiways, placa de estacionamento, etc., investimentos nos terminais existentes e novos terminais, acessibilidades, e outros que melhorem a qualidade do serviço no AHD”.

Também está previsto “desenvolvimento, pela NAV de um plano de expansão do espaço aéreo de Lisboa, que considere a implementação do sistema ‘Point Merge’ e ‘TOPSKY’; um estudo de alternativas para maximizar a utilização do espaço do Aeródromo de Trânsito nº 1 (Figo Maduro), através da ANAC, em colaboração com o Ministério da Defesa Nacional”.

Para “controlar” tudo isto será constituído um Grupo de Acompanhamento para o processo de expansão de capacidade do AHD que será liderado por um membro do Governo da área governativa das Infraestruturas, além de ser composto por representantes das várias entidades envolvidas no processo, nomeadamente ANA, NAV e ANAC.

É com base nesta “elevada variabilidade nas projeções de tráfego para cenário base apresentadas por várias entidades – cenários otimistas e conservadores adicionam incerteza na evolução da procura” que o Governo adverte para o facto de ser “essencial criar uma estratégia que permita acomodar a evolução da procura de forma a acomodar os vários cenários”, sendo que, em todo caso, é considerado que “a operação do AHD está muito acima do nível indicado para aeroporto ‘single runway’”.

Outro dos fatores que pesaram nesta decisão prenderam-se com o facto de o novo aeroporto localizar-se “inteiramente em terrenos públicos”, dispor de Declaração de Impacte Ambiental (embora atualmente caducada), apresentar maior proximidade ao centro de Lisboa e ter maior proximidade às principais vias rodoviárias e ferroviárias.

Além de um novo aeroporto, Alta Velocidade e nova travessia
Finalmente, o projeto está integrado com as Linhas de Alta Velocidade ferroviária (LAV), permitindo ao AHD capturar passageiros das rotas aéreas subjacentes e melhorar o acesso ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro como aeroporto preferencial para passageiros na região Centro.

Possuindo como fundamentos a “descarbonização dos transportes, transferência modal para modos de transporte energeticamente eficientes, desenvolvimento económico, a coesão territorial e social, impulsionar de forma decisiva o setor ferroviário, cumprir o PNI 2030, bem como do Plano de Trabalho do Corredor Atlântico”.

O objetivo passará por oferecer uma alternativa de transporte ferroviária competitiva, estabelecendo como objetivo tempos de percurso de 1h15 para Porto-Lisboa; 50 minutos para Porto-Vigo, e três horas para o trajeto Lisboa-Madrid.

Além da promessa de uma nova infraestrutura aeroportuária, o desenvolvimento da Linha de Alta Velocidade Ferroviária, também uma nova travessia sobre o rio Tejo foi anunciada, permitindo “libertar os constrangimentos de capacidade da infraestrutura ferroviária nas ligações a sul; aumentar a competitividade dos serviços ferroviários entre Lisboa e a região sul, Alentejo e Algarve, com redução de cerca de 30 minutos face aos percursos atuais, bem como aumento da frequência dos serviços”, além de ser considerada “essencial no âmbito das acessibilidades ao Novo Aeroporto de Lisboa”.

Assim, além da Ponte 25 de Abril, da Ponte Vasco da Gama, a solução rodoferroviária do Eixo Chelas-Barreiro ainda está sob avaliação.

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