As propostas da candidata Mónica Guerra Caldeira (PAN) para o turismo em Albufeira
Que importância possui o turismo para Albufeira? O turismo, por ser a atividade económica principal de Albufeira, tem uma importância vital no concelho. No entanto, é necessário mudar o perfil turístico atual, afastando-nos do turismo dos grandes grupos, que procuram Albufeira para umas férias de excessos e regadas com muito álcool, e tentar regressar ao… Continue reading As propostas da candidata Mónica Guerra Caldeira (PAN) para o turismo em Albufeira
Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para Albufeira?
O turismo, por ser a atividade económica principal de Albufeira, tem uma importância vital no concelho. No entanto, é necessário mudar o perfil turístico atual, afastando-nos do turismo dos grandes grupos, que procuram Albufeira para umas férias de excessos e regadas com muito álcool, e tentar regressar ao turismo mais familiar, num modelo de turismo ético, de saúde, ecológico, histórico e cultural promotor também da coesão territorial e de um desenvolvimento local sustentável.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado
Embora com algumas falhas quer de localização, quer de conectividade entre estes espaços, devemos aplaudir todos os espaços verdes, alguns com equipamentos de desporto, e ciclovias criados.
Em contraponto, existe o menos bom que, não sendo da responsabilidade deste executivo propriamente dito, é o resultado de políticas mal pensadas que procuram o lucro rápido sem considerar os impactos no futuro e que descaracterizaram o concelho e a sua antes belíssima costa.
O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo em Albufeira?
A pandemia foi um período duríssimo para todos nós e em especial para um concelho que depende do turismo, a indústria mais afetada. Esta paragem forçada obrigou-nos a refletir sobre a nossa dependência do Turismo e, para o PAN, um dos maiores desafios é precisamente esse, o de diversificar a economia por outros setores. É tornar a cidade atrativa para que outras atividades se instalem. Mas enquanto a cidade funcionar apenas 6 meses por ano, enquanto o acesso ao alojamento for praticamente impossível, só para dar dois exemplos, isso torna-se difícil.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
Para começar, é tempo de Albufeira assumir o compromisso da neutralidade carbónica até 2030. Ao fazê-lo terá, forçosamente, que colocar em prática uma serie de medidas que irão ao encontro de um modelo de turismo sustentável, ético e ecológico que defendemos. Também é importante fugir à “ditadura” do betão e do alcatrão e criar corredores ecológicos com espécies autóctones e frutos comestíveis. Se pretendemos atingir um turismo de saúde e de qualidade, direcionado para determinadas grupos e faixas etárias, pessoas com mais idade por exemplo, devemos preparar o território para os bem receber.
O que falta fazer em Albufeira no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito?
É fundamental apostar na valorização do património natural, da cultura e história de Albufeira, não para nos fecharmos sobre nós próprios, mas para podermos partilhar com todos os que nos visitam aquilo que nos torna únicos.
Quantas pessoas sabem, por exemplo, que o Castelo de Paderne é um dos 7 castelos representados na nossa bandeira de Portugal? Devemos transitar para um turismo de observação da natureza em respeito pelos valores ecológicos e naturais do concelho, durante todo o ano.
Devemos ainda criar condições para desenvolver um turismo de saúde, de experiências, criativo, de conhecimento de ofícios e artes, no fundo não deixar morrer a nossa memória coletiva e o que nos torna especiais e únicos no Planeta. Este foi talvez o pior impacto negativo do turismo em Albufeira: esquecemos quem somos a troco de um suposto desenvolvimento que tem apenas em conta princípios económicos o que, além de se revelar altamente falível, é profundamente insustentável.
Em termos mais imediatos, pretendemos criar pelo menos uma praia amiga dos animais com condições e serviços adequados para os receber bem. Vamos ajudar estas famílias a escolher: queremos tornar Albufeira um destino “pet friendly”.
Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo em Albufeira?
A sustentabilidade tem que estar presente em tudo o que fazemos, por isso todas as que nos levem o mais rapidamente possível a atingir a neutralidade carbónica em 2030, como por exemplo a criação de um pacote municipal de apoio à microprodução de energias renováveis limpas, incluindo tecnologia de armazenamento, com vista a uma maior autonomia energética tanto para particulares como para os nossos empresários.