África a braços com recuperação do turismo
Com uma percentagem ainda pequena da população imunizada contra a Covid-19, o Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais está preocupado com a recuperação do turismo em África, e diz que não será antes de 2024.
Carolina Morgado
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O turismo em África só deverá atingir os níveis pré-pandémicos em 2024, alerta o Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais (UNDESA).
Na parte que diz respeito a África, o relatório sobre a Situação e Perspetivas Económicas Mundiais das Nações Unidas para 2022, divulgado esta quinta-feira, em Washington, refere, conforme noticia a Lusa, que as chegadas de turistas ao continente não deverão regressar aos níveis de 2019 antes de 2023 e, muito possivelmente, só em 2024.
“As economias dependentes do turismo em África têm perspetivas positivas de evolução, embora a base seja bastante baixa, impulsionadas pelo abrandamento das restrições às viagens e à recuperação económica nos mercados de origem, na Europa e na Ásia, bem como devido à maior confiança para viajar associada com o sucesso das medidas de contenção e taxas de vacinação relativamente altas, como existe em Cabo Verde, Ilhas Comores, Maurícias, Marrocos, São Tomé e Príncipe e Tunísia”, destaca o documento.
O relatório conclui que “as indústrias dependentes do turismo, como a conservação da vida selvagem e proteção ambiental, e os trabalhadores informais do setor deverão enfrentar outro ano difícil, com efeitos agravados a longo prazo”, tendo em conta que na maioria dos países africanos menos de 5% da população está completamente imunizada contra a Covid-19, “falhando a meta da Organização Mundial de Saúde de 10% de cobertura até setembro de 2021 e 40% no final de 2021”.
O relatório da ONU surge no dia em que o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC) afirmou que os países africanos receberam até agora 663 milhões de doses, das quais administraram 340 milhões, o que equivale a 60,4% do total.