Quinzena de luta no setor da hotelaria culmina com greve nacional no dia 28 de julho
Os trabalhadores do setor da hotelaria iniciaram, esta segunda-feira, a quinzena de luta que culminará com uma greve nacional no dia 28 de julho, e uma concentração, às 11h00, junto à porta da Secretaria de Estado do Turismo, em Lisboa.
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A Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) e os seus sindicatos promovem duas semanas de luta com plenários, ações à porta dos hotéis, concentrações de protesto e greves “na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, pelo direito à negociação da contratação, por melhores salários e melhores condições de trabalho”.
O calendário das mobilizações começou, esta segunda-feira, com concentrações em frente a sete unidades hoteleiras do Porto com Francisco Figueiredo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN) a explicar à TSF que se luta contra os “salários miseráveis” com “alguns trabalhadores, de entrada,” a receber “abaixo do salário mínimo” por causa da redução prevista para aprendizes, estagiários e praticantes de que os patrões se “aproveitam”. Uma realidade que está longe dos lucros de um setor que “está num crescimento enorme”. Assim, “não há nenhuma razão para as empresas não pagarem salários dignos aos trabalhadores”,
Em declarações à SIC, o sindicalista defende que os trabalhadores pedem melhores salários e condições de trabalho, num setor que este ano poderá registar o melhor ano turístico de sempre, segundo dados do Instituo Nacional de Estatística (INE).
“O setor vive uma situação excelente, segundo os dados do INE de abril, agora publicados em junho. Portanto, os proveitos totais aumentaram 48% e os proveitos por quarto aumentaram 50%. Tudo indica que 2023 vai ser o melhor ano turístico de sempre e muito superior a 2019, que foi o maior ano turístico de sempre”, disse Francisco Figueiredo.
Os trabalhadores pretendem ainda que se respeitem as cargas horárias estabelecidas, havendo “trabalhadores que trabalham 12 ou 14 horas diárias”, ao que acresce “a instabilidade dos horários” com empresas que “alteram todas as semanas os horários e os trabalhadores não conseguem organizar a sua vida pessoal e familiar”.
Também o Governo é criticado por “lavar as mãos da situação”, estando os trabalhadores “completamente ao abandono” e sublinha-se que a Autoridade para as Condições do Trabalho “tem a obrigação de acordo com as suas competências de intervir no setor”.