O que foi 2023 e o que será 2024 – Hélder Martins (AHETA)
Depois de um ano positivo, mas com “constrangimentos”, Hélder Martins, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), pede se não um ministro, que a força da atividade no PIB bem merece, um secretário de Estado para o Turismo e não, como vem acontecendo, um governante a partilhar com a área do comércio. Além disso, se é pública a possibilidade de fornecer água à Andaluzia, poderemos perguntar, porque não, em primeiro lugar ao Algarve?
Victor Jorge
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Findo o exercício de 2023, que balanço faz deste ano?
Foi um ano positivo, para a atividade turística, no Algarve, com alguns constrangimentos, nomeadamente na diminuição de turistas de alguns mercados, especialmente o nacional, felizmente compensados por outras nacionalidades.
Na sua perspectiva, o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano de 2023?
Uma das maiores questões teve a ver com as dificuldades financeiras das famílias, derivado, essencialmente aos aumentos de juros, especificamente na área do crédito à habitação, o que impediu uma percentagem elevada de famílias de fazerem férias fora da sua área de residência.
Como antevê o ano de 2024 em termos económicos?
Bom será um ano com expetativas positivas, mas que merecerá uma análise muito cuidada, a cada momento. Hoje é muito fácil, mercê de alterações de condições externas, alheias ao destino, poder mudar muito o cenário da atividade. No contexto interno também há alguns fatores a que teremos que estar atentos para poder continuar a proporcionar condições competitivas aos turistas que nos procuram. Por isso continuaremos a gerir com moderação otimista.
E que desafios terá o setor do turismo em 2024?
No contexto do Algarve, há dois problemas fundamentais aos quais teremos que estar muito atentos e reagir em conformidade, refiro-me à carência de recursos humanos e à falta de água. Se no primeiro, esperamos que, no seguimento do sucedido em 2023 possamos contratar mais cedo, dar mais formação e preparar equipas para a época turística, pese embora a grave carência de falta de habitação para os nossos novos colaboradores, no segundo ponto essa é uma questão estrutural da região que não terá, decerto, uma resolução nos próximos anos. Os investimentos em fase inicial de processos administrativos e técnicos, especificamente estudos de impacto ambiental, ainda demorarão alguns anos a produzir efeitos, por isso creio que a nossa aposta deveria ser focada na ligação direta, a sotavento e barlavento, aos canais de distribuição do Alqueva. Só assim conseguiríamos aumentar os níveis das nossas barragens. E se é pública a possibilidade de fornecer água à Andaluzia, poderemos perguntar, porque não, em primeiro lugar ao Algarve?
O que gostaria de ver ser concretizado nos próximos 12 meses?
Um reforço da atividade turística, não só em número de turistas, mas igualmente na qualidade do destino e em receitas, e que venhamos a ter um governante para a área do turismo, se não um ministro, que a força da atividade no PIB bem merece, mas que seja em Secretário de Estado para o Turismo e não, como vem acontecendo que temos de partilhar o nosso governante com a área do comércio.
A fazer um pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024, qual seria?
Que tivesse com objetivo principal uma redução de impostos, para as famílias e para a empresas, pois a elevada carga fiscal que todos suportamos, não é compatível com o aumento da qualidade de vida que todos ambicionamos e que o próximo Governo não tenha medo de assumir a importância que o setor tem, no contexto da economia nacional e que atue em conformidade. Questões como os prazos de licenciamento, as taxas e taxinhas, as burocracias são inimigas do desenvolvimento da atividade.