André Gomes, Presidente da Região Turismo do Algarve. Loulé, 22 Agosto 2023. FOTO: VASCO CÉLIO/STILLS
O que foi 2023 e o que será 2024 – André Gomes (Algarve)
Ultrapassando, pela primeira vez, os 1.500 milhões de euros em receitas, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, destaca os números alcançados no aeroporto de Faro. As preocupações estão na manutenção do equilíbrio entre o turismo sazonal e a criação de iniciativas que atraiam visitantes durante todo o ano, bem como a escassez de água.
Victor Jorge
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Findo o exercício de 2023, que balanço faz deste ano?
No contexto do Algarve, o ano de 2023 foi muito desafiador para o setor do turismo. O balanço geral é positivo, com aumentos nos hóspedes e nos proveitos, que já ultrapassaram os valores registados em 2019, e melhor desempenho a nível de todos os indicadores relativamente a 2022.
Feitas as contas, no final deste ano a região deverá regressar à fasquia dos 5 milhões de hóspedes e 20 milhões de dormidas e, pela primeira vez, o Algarve ultrapassa os 1500 milhões de euros de proveitos anuais no alojamento turístico. O Aeroporto de Faro atinge números impressionantes, superando as melhores expectativas, batendo o recorde de passageiros de 2019, de nove milhões de passageiros movimentados.
Na sua perspectiva, o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano de 2023?
No Algarve houve um esforço para diversificar a oferta turística, captar novos mercados e promover atividades durante todo o ano. No entanto, ainda há margem para uma maior consolidação de estratégias de turismo sustentável, investimentos em infraestruturas e programas de apoio específicos para mitigar os impactos sazonais da atividade turística na região.
Para que o setor atinja todo o seu potencial é necessário continuar a diversificar a oferta turística, investir na qualificação dos recursos humanos para responder a turistas cada vez mais exigentes e aumentar a capacidade de atração de turistas de longas distâncias, que geram maior receita.
Como antevê o ano de 2024 em termos económicos?
As perspectivas para 2024 são positivas, com margem para crescimento do setor: os impactos da guerra na Ucrânia foram sendo ultrapassados, a inflação está em queda e espera-se que as taxas de juros também comecem a baixar, devolvendo algum poder de compra às famílias portuguesas – o que é uma boa notícia, dada a importância do turismo interno para o setor.
De igual modo, a expansão de rotas aéreas, especialmente para mercados emergentes, é crucial para ampliar a base de visitantes e garantir um crescimento sustentável.
E que desafios terá o setor do turismo em 2024?
No Algarve, uma das principais preocupações será a manutenção do equilíbrio entre o turismo sazonal e a criação de iniciativas que atraiam visitantes durante todo o ano.
A região também enfrentará desafios relacionados com a sustentabilidade ambiental, nomeadamente pela escassez de água, recurso indispensável à atividade turística.
A falta de mão-de-obra qualificada e a necessidade de diversificar a oferta e os mercados turísticos serão outros desafios a superar em 2024.
O que gostaria de ver concretizado em 2024?
No Algarve, é urgente encontrar soluções para aquela que é um dos grandes desafios que o destino enfrenta: a falta de água, uma realidade que se agrava de ano para ano e que ameaça a principal atividade económica da região.
A fazer um pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024, qual seria?
O meu pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024 é que dê a relevância merecida e aposte no setor do turismo como uma das principais prioridades económicas do país. O turismo é um setor que tem um enorme potencial de crescimento e que pode gerar emprego e riqueza para Portugal como nenhum outro setor.