Previsão do tempo:Céu pouco nublado
Falta menos de um ano para o Protocolo de Quioto entrar em acção. As companhias aéreas não fazem parte do plano, mas mesmo assim têm vindo a tomar medidas para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufaA segunda fase do Protocolo de Quioto entra em vigor em menos de um ano (Janeiro… Continue reading Previsão do tempo:Céu pouco nublado
Joana Barros
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Falta menos de um ano para o Protocolo de Quioto entrar em acção. As companhias aéreas não fazem parte do plano, mas mesmo assim têm vindo a tomar medidas para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufaA segunda fase do Protocolo de Quioto entra em vigor em menos de um ano (Janeiro de 2008). O acordo não prevê a participação e contribuição das companhias aéreas, mas apesar disso as transportadoras contactadas pelo Publituris garantem que têm as preocupações ambientais no topo da lista das prioridades.
Ainda assim, importa lembrar que a contribuição das companhias aéreas para a emissão total de dióxido de carbono (CO2) é de cerca de três por cento. O Protocolo lista seis gases que provocam o efeito de estufa, mas apenas o CO2 é produzidos por aviões.
Por cá, a TAP garante que está “empenhada em minimizar o impacto da sua actividade nas alterações climáticas”. Para isso tem levado a cabo várias medidas e tem uma série de outras previstas.
É o caso do “Fuel Conservation”, que através da reformulação dos procedimentos em diversas áreas da empresa, a empresa estima vir a poupar combustível equivalente a 93 mil toneladas de CO2 por ano.
Outra das medidas que permitem tornar a TAP numa transportadora amiga do ambiente é a renovação da frota de logo curso, iniciada em Março de 2006, e que trouxe à companhia novos A330. Estes aparelhos são mais eficientes do ponto de vista energético e consomem menos combustível.
Reduções além-fronteiras
Na vizinha Iberia, o objectivo também é reduzir cada vez mais o impacto ambiental da sua actividade. Daí que a companhia esteja constantemente a analisar projectos que permitam a renovação da frota de forma a conseguirem sempre aviões que gastem menos combustível e, consequentemente, que emitam menos CO2.
Entre 2001 e 2005 a transportadora espanhola conseguiu reduzir em 19 por cento o consumo do combustível. Mas não ficou por aqui e tem estado constantemente a tentar contribuir cada vez menos para a poluição da atmosfera.
Daí que esteja presente em grupos de trabalho com ministérios espanhóis (como o do Fomento e o do Meio Ambiente) para definir metas para o futuro mercado do comércio dos direitos da emissão para o transporte aéreo.
A constante renovação da frota e a procura de aparelhos que consumam menos é outro dos procedimentos. Assim, nos próximos anos, a Iberia planeia substituir os MD87 e os MD88 por aparelhos Airbus A320, mais económicos e mais ecológicos.
Air France com 16 novos aviões
Um pouco mais a este no mapa da Europa encontramos outra companhia, também ela empenhada em reduzir o CO2. A Air France diz por isso que tem vindo a tentar reduzir o consumo de combustível através da aquisição de aparelhos mais e mais eficientes.
Neste âmbito, só no ano passado a Air France-KLM investiu na compra de16 novos aviões, sendo eles B777s, A330s e A318s. No mesmo período 13 aparelhos foram excluídos da frota (B747-200s, B767-300s e B737-500s).
Só que apesar dos esforços de ambas as companhias, o tráfego também aumentou e com ele foram criadas mais rotas, resultando num aumento da emissão de CO2, dado que também a queima de combustível subiu.
Assim, pegando nos números quer da Air France quer da KLM, em 2003/2004 foram consumidas 7,6 milhões de toneladas de combustível, o que se traduz em 24,064 toneladas de CO2. Em 2004/2005 esses números subiram para 8,02 milhões de toneladas (combustível) e 25,3 milhões de toneladas (dióxido carbono). A subida continua e em 2005/2006 registou-se um consumo de 8,37 milhões de toneladas e de 26,4 milhões de toneladas, respectivamente.
Segundo informação extraída do portal da transportadora na internet, o CO2 é produzido em maiores quantidades durante as viagens (79,3 por cento de emissões), mas também quando estão a subir em altitude, após a descolagem (14,4 por cento).
Os grandes também ajudam
A British Airways não foge à regra e também se junta ao grupo das companhias amigas do ambiente. Desde 1990 a companhia britânica conseguiu aumentar em 27 por cento a eficiência da sua frota, o que se traduz numa redução da emissão de dióxido carbono em 50 milhões de toneladas.
A título de exemplo, só em 2005, a companhia aérea foi responsável por três por cento das emissões de dióxido de carbono, geradas por todos os meios de transporte aéreos a nível mundial (o que corresponde, segundo dados da BA, a 16,1 milhões de toneladas).
E como nada é de graça, para levar a bom porto as referidas melhorias de eficiência, a transportadora britânica teve de desembolsar cerca de 10,6 milhões de euros em novos aviões.
Mas não é só através dos aparelhos que a British Airways consegue melhores resultados. Além desta questão prática, a BA também aposta na pesquisa e investigação dos efeitos gerados pela aviação na atmosfera.
Na Lufthansa as preocupações são as mesmas. “A protecção ambiental já é há muito um dos objectivos primários”, pode ler-se num comunicado divulgado pela companhia alemã, que aproveita para reforçar a ideia de que desde 2003 os aumentos do preço do crude levaram à duplicação dos gastos da empresa com a energia. Daí que também esta transportadora tenha optado pela eficiência, o que também tem os seus efeitos positivos no meio ambiente.
Menos combustível por quilómetro
Segundo o mesmo documento, só em 2005, os aparelhos usados pela Lufthansa precisavam de cerca de 4,4 litros de combustível para transportar um passageiros numa distância de cem quilómetros. Número esse que fica muito aquém dos 6,2 litros que eram necessários em 1991 para percorrer a mesma distância. No futuro, essa discrepância vai ser ainda maior com a introdução na frota da Lufthansa dos “aviões de três litros” (Airbus A380).
Também na Iberia registou-se uma descida do consumo de petróleo por cada quilómetro percorrido. Só em 2005 essa redução foi de quatro por cento, quando comparada com o ano de 2004, e de 35 por cento desde 1991.
Mas não é só durante o voo que se pode contribuir para um ar mais limpo. Também em terra há melhorias a fazer para permitir que os aviões estejam menos tempo a poluir o meio ambiente, nomeadamente nas infra-estruturas em terra.
A Lufthansa lembra que “todos os dias queima desnecessariamente, em tempos de espera, combustível correspondente a 11 voos entre Frankfurt e Nova Iorque”. E porquê? “A principal causa destes gastos desnecessários são os engarrafamentos nas placas giratórias e no espaço aéreo”, como se pode ler no mesmo documento.
O preço do altruísmo
Mas afinal quanto custa ser amigo do ambiente de forma tão altruísta? As companhias contactadas não especificam quanto custam os novos aparelhos que vão contribuir para um consumo mais eficiente de combustível.
No entanto, António Monteiro, porta-voz da TAP, lembra que no caso da transportadora aérea, “no âmbito do projecto Fuel Conservation irão poupar combustível, diminuindo os custos correspondentes ao combustível poupado”.
Além do investimento em aparelhos mais eficientes, todas as companhias inquiridas pelo Publituris lembram também que estão a tomar medidas para tornar os aeroportos onde operam menos poluentes, tentando também reduzir as emissões de gases que provoquem o efeito de estufa dos veículos usados nas aerogares.
A diminuição da poluição sonora é outra das preocupações das grandes transportadoras. Todas elas dizem que estão a preparar medidas de forma a conseguirem reduzir o barulho que produzem em redor dos aeroportos.
Iberia cada vez mais amiga do ambiente
Companhia espanhola baptiza aviões com nomes de animais protegidos
Desde 2002 é notório o investimento feito pela transportadora espanhola a nível de protecção do meio ambiente. Assim, naquele ano foi investido um milhão de euros, enquanto que no ano seguinte esse valor subiu para 2,25 milhões. Em 2004 o custo com o meio ambiente foi de 2,75 milhões de euros e em 2005 foi de quase 3,14 milhões de euros. Mas nem sempre é preciso gastar dinheiro para se ser amigo do ambiente. E prova disso é o próximo passo que a Iberia vai dar ao baptizar os seus próximos 13 aviões com os nomes de 13 animais protegidos em Espanha. São eles a águia imperial, o lince ibérico, o urso pardo, a cegonha negra, o galo selvagem, a lontra, o mocho real, a perdiz, o falcão peregrino, a graça, o pardal, a andorinha e o flamingo.
Transportadoras apoiam céu único…
…Mas torcem o nariz à inclusão no ETS
“A Europa está a crescer cada vez mais junta. No entanto, tal não é ainda realidade nos céus da Europa”. É desta forma que a Lufthansa começa por defender, em comunicado, a criação de um Céu Único Europeu. “As consequências nefastas são o querosene gasto inutilmente em desvios das rotas dos voos e em filas de espera, tudo devido a atitudes egoístas dos estados-membros”, continua o documento que adianta ainda que se o projecto do Céu Único Europeu fosse para a frente a redução da emissão de CO2 seria na ordem dos oito a 12 por cento.
No entanto, quer a Lufthansa quer a Swiss Air estão contra a proposta de inclusão das companhias aéreas no sistema de redução das emissões de CO2 (Emission Trading System – ETS). Segundo a companhia suíça, a verificar-se este projecto, o sector da aviação acabaria por sair prejudicado em relação a outros sectores incluídos no ETS. “Os CEOs [da Swiss] pensam que a proposta vai prejudicar a concorrência entre as companhias aéreas”, pode ler-se num comunicado.
Estas não são as únicas companhias a defenderam esta não-inclusão na ETS. Também a Air France acredita que a ideia vai prejudicar a concorrência entre empresas, apesar de apoiar a tomada de medidas para proteger o meio ambiente.