Faro à procura do ‘break-even’
Perante uma época dominada pela contracção e consequente retracção na aposta das companhias aéreas em novas rotas e destinos, o aeroporto de Faro avança com precaução nas previsões para os próximos tempos. Prudência essa que leva António Correia Mendes, director da infra-estrutura, a antecipar que este é um ano para manter os mercados com os… Continue reading Faro à procura do ‘break-even’
Joana Barros
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Perante uma época dominada pela contracção e consequente retracção na aposta das companhias aéreas em novas rotas e destinos, o aeroporto de Faro avança com precaução nas previsões para os próximos tempos. Prudência essa que leva António Correia Mendes, director da infra-estrutura, a antecipar que este é um ano para manter os mercados com os quais Faro tem ligações. “Não me parece que a conjuntura esteja muito propícia a que se avance para muitos mercado novos”, lembra o responsável. “É tentar manter, tentar crescer para os mercados com os quais já estamos familiarizados”, acrescenta ainda, salientando que neste momento “a diversificação é um pouco difícil”.
A mesma linha de pensamentos faz com que António Correia Mendes avance que não é esperado um aumento exponencial de ligações durante este Verão. “Não pensamos ter muitas, mas a Ryanair vai abrir Bournemouth e Bremen”, conta. A primeira vai ocupar o espaço deixado pela Thomsonfly – que operava a rota sazonalmente – enquanto que a segunda ligação é “totalmente nova”.
Resta saber quantas rotas ficaram ou vão ficar para trás. “Não tenho noção dessa situação”, responde o director do aeroporto, que não perspectiva o fim de rotas para Faro. Excepção apenas para a suspensão da ligação entre a cidade algarvia e Liverpool operada pela Ryanair. “Mas para nós a rota mantém-se, continuamos a ter Liverpool-Faro”, salienta, lembrando que também a easyJet faz a ponte entre as duas cidades.
Faro escapa ileso
De volta a uma eventual perda de ligações, António Correia Mendes refere que tem-se assistido a uma situação em que as companhias aéreas ocupam os lugares deixado pelas suas congéneres. “Estou a ver algumas companhias a apresentarem saída e outras a ocuparem espaço e a manterem a ligação”, conta. “Se falarmos de origens de destinos, Faro não está a ser afectado”, realça ainda.
A dinamarquesa Sterling – que em finais de Outubro fechou portas – é um exemplo prático desta tendência. “A Sterling faliu, era responsável pela rota Copenhaga-Faro e a Transavia assumiu essa rota”, recorda António Correira Mendes. “A nossa análise faz-se mais pelo binómio origem-destino e não temos sido afectados”, sublinha.
Do tráfego regular do aeroporto, entre 50 a 60 por cento é tráfego low cost. À partida, Faro poderia estar mais sujeita aos dissabores provocados pela conjuntura e que levam companhias a fecharem portas. Mas essa situação não assusta António Correia Mendes. “Vejo é companhias charter a falirem”, solta, dando o exemplo da Futura e da XL. “Ainda não vi companhias a falir, só a Sterling”.
O aeroporto chegou ao final do ano passado com menos 20 mil passageiros a passarem pela infra-estrutura, ou seja, uma diminuição de menos meio ponto percentual. Os números levam Correia Mendes a dizer que “a capacidade e a procura de Faro está sustentada”. Sem entrar em considerações de futurologia, o director salienta que o aeroporto tem mantido um bom comportamento num contexto internacional. “Não me parece que essa situação se altere dramaticamente”, defende, justificando que “as companhias, quando fazem o seu assessment sobre rotas vão tentar manter aquelas que têm um comportamento mais estabilizado”.
Aeroporto vai para obras
Este é também o ano em que arrancam as obras de ampliação e melhoramento do aeroporto de Faro. O investimento – que ronda os 130 milhões de euros – começa a ser aplicado já no domingo, com o arranque da primeira fase da empreitada.
“[As obras] vão permitir dar resposta a uma série de problemas que se prevê que venham a ocorrer no curto prazo e alguns que já ocorrem actualmente”, comenta o director do aeroporto, lembrando que quando o aeroporto foi construído “o Algarve e o aeroporto eram dominados pelo tráfego charter”. A natureza dos movimentos registados alteraram-se radicalmente e actualmente grande parte dos passageiros chega até Faro via uma companhia regular.
Os números avançados por António Correia Mendes apontam para que 70 por cento do tráfego seja regular e os restante 30 por cento charter. “Isso implica mais movimentos para registar o mesmo número de passageiros, o que implica também que estes passageiros tenham um modo de aceder ao aeroporto completamente diferente”, conta, referindo que agora assiste-se a um aumento de deslocações de e para o aeroporto em veículos próprios ou em rent-a-car. Outras alterações prendem-se com os horários dos voos. “Há horários de chegada completamente dispersos, contra a concentração que havia nos charters”, explica a mesma fonte, salientando que “era preciso dar resposta a esta nova realidade”.
Actualmente, a capacidade do aeroporto de Faro é de seis milhões de habitantes, sendo que o ano passado fechou o ano com 5,3 milhões de passageiros. Com estas obras, o limite passa a ser de oito milhões. Um número que pode ser sustentável até 2022 ou 2025.
Da parte das companhia aéreas a notícia foi bem recebida, até porque as obras não deverão ser um entrave às operações. “Não lhes vai afectar a margem de manobra e não decorrerão mais encargos para as companhias”, assegura o director.
Obras terminam em 2013 – Aeroporto de cara lavada
A primeira fase das obras começa no domingo e termina no segundo semestre de 2011. Neste período, a empreitada vai incidir sobre as áreas operacionais. A segunda fase inicia-se no começo de 2011 e deverá terminar no final de 2013. Esta última etapa será para melhorar o terminal e os acessos. Durante esta intervenção vão ser ser criadas construídos mais taxiways (o que permite aumentar o número de voos por hora) e realizadas algumas intervenções no próprio terminal, de forma a melhorar áreas públicas de espera do lado terra; revitalizar, reformular e ampliar as áreas de retalho e, por último, reformular as acessibilidades.