Amieira Marina, a aventura no Grande Lago
Apesar de já ter longa tradição em países como a França, Reino Unido, Holanda, EUA ou Canadá, o aluguer de barcos-casa por cá só há pouco tempo começou a dar os primeiros passos. A iniciativa partiu da Nautialqueva que, consciente das potencialidades daquele que é o maior lago artificial da Europa, o Alqueva, inaugurou… Continue reading Amieira Marina, a aventura no Grande Lago
Ruben Obadia
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Apesar de já ter longa tradição em países como a França, Reino Unido, Holanda, EUA ou Canadá, o aluguer de barcos-casa por cá só há pouco tempo começou a dar os primeiros passos. A iniciativa partiu da Nautialqueva que, consciente das potencialidades daquele que é o maior lago artificial da Europa, o Alqueva, inaugurou em 2007 o empreendimento Amieira Marina. O projecto compreende ainda serviços de manutenção e parqueamento de embarcações privadas, um núcleo de vela, aluguer de canoas e kayaks, um bar esplanada e um restaurante panorâmico, onde decorrem afamados enojantares.
O plano inicial da viagem previa a partida de Lisboa com pernoita na fabulosa vila medieval acastelada de Monsaraz. Os 190 kms que distam de Lisboa fazem-se em pouco mais de duas horas em ritmo de passeio. Aí chegados as opções para jantar são inúmeras, mas o destaque vai inteirinho para a vizinha aldeia do Telheiro, onde o restaurante Sem Fim dá cartas. E se é no antigo lagar de azeite que Tiago Kalisvaart reinventa a gastronomia alentejana, numa ala anexa o pai, Gil, dá asas à sua alma de artista, expondo os seus trabalhos de pintura e escultura numa galeria. Quanto ao nome do restaurante dizem que se inspiraram nas próprias máquinas do lagar que trabalhavam ‘sem fim’ na produção do azeite.
De volta ao que nos trouxe realmente ao Alentejo partirmos rumo à Amieira Marina, numa viagem que se faz em pouco mais de meia hora. Situado numa encosta encontra-se o complexo de turismo náutico e é aí que fazemos o check-in para partirmos à aventura do Alqueva.
No fundo é como ir a um rent-a-car, com a diferença que aqui não é necessário ter carta de marinheiro para pilotar uma das várias embarcações disponíveis. Antes de partir é ministrada uma aula com noções básicas de navegação, onde se alerta para as características peculiares do Grande Lago. E que características são essas? É que de um momento para o outro os 40 metros de profundidade transformam-se em um metro, num local onde antes havia um monte alentejano digno de postal. Aliás, o autor destas linhas teve a oportunidade de comprovar in loco esta característica de navegabilidade do Alqueva, testando assim a extrema eficácia do serviço de desempanagem, entenda-se um barco para nos rebocar.
A navegação é fácil e acessível a qualquer um, permitindo pilotar a embarcação dentro ou fora da cabine. Os próprios barcos variam de dimensão, podendo chegar a albergar oito pessoas, já que o maior dispõe de dois quartos à proa com cama de casal e outros dois à popa com duas camas individuais cada um. A sala dispõe de todas as comodidades de uma casa normal, não faltando o rádio e a televisão.
Depois da primeira meia hora de habituação é ir subindo o Guadiana e, se os dias disponíveis de aluguer o permitirem, subir até à Juromenha, onde o seu imponente castelo em ruínas, já no concelho do Alandroal, é de visita obrigatória. Pelo meio, várias são as aldeias ribeirinhas que dispõem de pequenos cais onde os barcos-casa podem aportar. Numa delas, a da Estrela, situa-se o restaurante Sabores da Estrela, local de romaria e sofisticado lugar de repasto a obrigar marcação prévia. Mais acima, um salto à Aldeia da Luz revela-nos a mais recente povoação do País, resultado do realojamento dos 373 habitantes da antiga Aldeia da Luz entretanto submersa com a subida das águas do Alqueva.
Mas talvez o grande encanto que uma viagem nos barcos da Amieira Marina poderá ter será fugir a tudo isto e simplesmente ancorar numa das inúmeras encantadoras ilhotas que vamos encontrando pelo caminho e aí comermos, com os víveres previamente adquiridos na loja de conveniência do complexo. E é nesse silêncio da Natureza, cortado aqui e ali pelo grasnar das gaivotas ou pelo cantar dos grilos que percebemos o encanto e a essência do Alentejo.
Onde Dormir?
Horta da Moura, a aposta certa
Para quem se aventura no Grande Lago uma das opções mais interessantes para pernoitar é o Hotel Rural Horta da Moura. Aberta há 18 anos, a unidade, situada sob a encosta de Monsaraz, foi adquirida em Maio deste ano por um grupo liderado pela empresária Maria Luísa Paiva dos Santos, num projecto que integra ainda o projecto “Aldeia do Lago”, na Amieira, no vizinho concelho de Portel.
Daqui resultou uma intervenção de requalificação, com intervenções nas fachadas, telhados, recuperação de móveis, limpeza dos terrenos, entre outros.
Paralelamente, os novos proprietários recrutaram um novo director e uma adjunta de direcção qualificada, e apostam agora na formação do pessoal deste quatro estrelas.
O resultado já se começou a sentir aquando da visita do Publituris, onde o Horta da Moura surge quase como um novo hotel. Aliás, esta poderá ser efectivamente uma nova realidade para breve. “Neste momento estão em fase de elaboração dois projecto que pretendem quase duplicar a capacidade da Horta da Moura e dotá-la de infra-estruturas que aumentem a sua capacidade de fidelização de clientes e de prolongamento das estadias, jogando cada vez mais na envolvente de sonho e beleza em que a unidade está implantada”, salienta Maria Luísa Paiva dos Santos. O objectivo é passar dos actuais 26 quartos para os 42, dotando aquela infra-estrutura de uma nova piscina e um novo restaurante, além de reformular as instalações desportivas dotando-as de polivalência para várias modalidades, onde haverá lugar a um novo picadeiro, novos cavalos, etc. As obras arrancam já em Janeiro e a promessa fica feita para a Primavera, onde de facto surgirá um novo hotel Horta da Moura. A aposta no mercado de proximidade espanhol é para valer, mas os olhos parecem mesmo virados para Lisboa e Porto. A filosofia do grupo é que é para manter: “Pequenas unidades unidas por esse corredor de água que é a barragem de Alqueva, criando sinergias, multiplicando e diversificando a oferta. Ali onde o “feitiço da Moura na beira do Lago” se mistura com as “Vontades de Alentejo num aceno de água.”